EM ALTA
Home

Na volta do recesso, pedido CPI e de afastamento agitam a Câmara

6 min de leitura
Foto do autor

Redação

05/08/2015 00:00
• Siga o Portal O Taboanense no Instagram, no Youtube e no X e fique por dentro de tudo que acontece na nossa cidade

A primeira sessão na Câmara de Municipal de Taboão da Serra após o recesso, nesta terça-feira, dia 4, teve duração de longas nove horas. Os vereadores avaliaram como positiva a mudança de horário, a sessão começou às 10h. Os parlamentares aprovaram dois projetos de autoria do Executivo, que inclui o nome do ex-prefeito Armando Andrade no Parque das Hortênsias e isenção de taxas e multas de IPTU.

Os vereadores da situação retiraram todos os requerimentos e indicações apresentados por eles que constavam na pauta há mais de um ano. A oposição se recusou a fazer o mesmo.  Na segunda parte da sessão, mais uma vez, os vereadores rejeitaram outra denúncia de afastamento de prefeito proposto pelo PCdoB, partido de oposição ao governo.

O vereador Marco Porta fez o pedido de CPI para dar "carta de idoniedade" a Aprígio, mas proposta não foi adiante | Rose Santana

O clima ficou quente novamente após ataques do vereador Marco Porta contra Aprígio. Mostrando matéria publicada em um jornal da cidade, o vereador pediu que fosse aberta uma CPI para esclarecer as denúncias feitas pelo periódico. “Eu quero, Dona Luzia, conceder a oportunidade a título de protesto e revolta, mas com justiça, dar a ele, uma carta de idoneidade”, disse.

Porta foi interrompido por moradores que estavam na plateia e em seguida voltou ao tema. “Tudo o que ele [Aprígio] conquistou, conquistou a título de trabalho e esforço, essa é a imagem que eu tenho dele, então vamos dar a oportunidade para isso. Eu resolvo dar uma carta de idoneidade. Eu acabo de pedir aqui uma CPI para nós apurarmos essas denúncias. Eu assino o pedido e a Dona Luzia também assina. Depois nossos colegas podem assinar”.  

Apesar do discurso, as palavras de Porta foram interpretadas como ironia e provocação a Aprígio, provável candidato a prefeito em 2016. Porta está sendo processado pela Cooperativa Vida Nova e por Aprígio por uma declaração feita na tribuna da Câmara há dois meses.

Dona Luzia, esposa de Aprígio, subiu na tribuna e disse: “Aprígio é de maior e tem seu CPF. Quem tiver que dar algum recado, que fale diretamente pra ele e não pra mim, não sou garota de recado. Sobe a CPI eu acho que o Sr. não é a pessoa certa para estar pedindo a CPI, portanto não assino. Não vou falar porque aqui na tribuna, mas o Sr. não é a pessoa certa. Todos conhecem a imagem do Seu Aprígio, ele é limpo e estão querendo sujar a imagem dele”.

Apesar das inúmeras provocações entre a base de governo e a oposição, o pedido verbal de abertura de CPI não foi adiante.

Afastamento

Os vereadores passaram a discutir a denúncia que um falso médico chegou a atuar no PS da Antena e os debates caminharam para a questão da saúde. A denúncia foi protocolada pelo munícipe Antônio Gomes de Andrade, presidente do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), oposição ao governo Fernando Fernandes. Toninho, como é conhecido, já protocolou mais de 13 pedidos de afastamento.

A nova denúncia foi em virtude da contratação de um falso médico que realizava atendimentos na cidade. Ele apresentou um CRM válido que pertence a um médico do Nordeste. O impostor foi preso em Sorocaba, onde também atendia na rede pública de saúde.  A denúncia foi rejeitada por 10 votos a três, mas gerou muita discussão entre os parlamentares da base do governo e a oposição.

Os vereadores da base seguiram o mesmo discurso, é impossível responsabilizar o prefeito pela contração de um profissional que apresenta documentos válidos. “A cidade foi vítima desse bandido, desse ladrão que veio para a nossa cidade causar prejuízos”, declarou o vereador Marcos Paulo (Pros).

Já o vereador Marco Porta (PRB), o Conselho Regional de Medicina (CRM) é o responsável pela fraude. “Se tem alguém ou uma instituição que precisa ser responsabilizada por esse evento de nós termos um estelionatário na saúde, chama-se Conselho Regional de Medicina. Quem deu legalidade a esse cidadão para assumir seu posto como médico aqui no município foi o Conselho Regional de Medicina. Esse não é um caso de política, é caso de polícia, pronto acabou a discussão”, falou Porta.

O vereador Luiz Lune (PCdoB), declarou que essa foi “uma das mais importantes denúncias feitas até agora”, Ainda segundo Lune, em 2014 ele fez um requerimento pedindo o número de óbitos. “O número de mortes aumentou muito, saltou aos olhos, são várias denúncias. Não estamos pedindo uma CPI. Trazemos o que vemos lá fora, existem mortes, erros médicos. O Fernando não precisa de ninguém para ficar alisando ele. Isso aqui é para discutir os rumos da cidade”, disse.

Indicações e requerimentos

A base governista retirou da pauta todos os requerimentos e indicações que constavam na pauta. O autor da solicitação foi o líder do governo na Casa, vereador Eduardo Nóbrega (PR). “Solicito a retirada por entender que podemos melhorá-las”, disse.

O presidente da Casa, José Aparecido Alves (DEM), também acredita que é necessário “reavaliar os requerimentos e saber se [ainda] atende as necessidades da população”.

O vereador Moreira (PT) declarou que “como a oposição não tem conchavos com o governo, tem que buscar soluções no dia a dia para os problemas da cidade, por isso, a oposição não vai retirar as indicações e requerimentos”.

Na pauta constavam requerimentos desde 2013 aguardando votação.

 

Notícias relacionadas