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Queda na arrecadação é preocupante, diz Fernandes

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Redação

30/06/2015 00:00
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A queda na arrecadação dos municípios vem tirando o sono de muitos prefeitos pelo Brasil afora. Em Taboão da Serra a situação não é diferente, o orçamento previsto para 2015 dificilmente será concretizado, obrigado a cortes em investimentos em diversas áreas. Em entrevista exclusiva ao Portal O Taboanense o prefeito Fernando Fernandes falou sobre os desafios que a cidade irá enfrentar nos próximos meses.

Prefeito, nas reuniões com seu secretariado o Sr. vem pedindo para que seja feito um esforço para diminuir os gastos e existe até a previsão de diminuir os investimentos em obras, por que isso?
Estamos vivendo uma crise, não em Taboão da Serra, mas em todo o Brasil. Não posso falar do Governo Federal, mas na esfera estadual e do município, ninguém poderia prever essa recessão que estamos vivendo. A Dilma garantia, durante o pleito eleitoral, que a crise era passageira e o Brasil tinha retomado o crescimento, mas não era verdade. Estamos a mercê do orçamento e das arrecadações que estão caindo mês a mês.

Fernandes afirmou que apesar da recessão, prefeitura irá honrar todos os compromissos | Eduardo Toledo

Qual a situação hoje da cidade e o que será feito para enxugar os gastos?
A situação hoje é gravíssima, estamos fazendo cortes de todos os lados. Para nós termos uma arrecadação igual a 2014 teríamos que ter arrecadado o mesmo do ano passado, mais 9% que foi a inflação. Digo isso porque tudo subiu, os insumos, todo custeio da prefeitura acresceu pelo menos 9%. Hoje você não compra mais uma banana com o mesmo valor do ano passado, nem gasolina, nem a merenda, nem a energia elétrica. Tudo subiu, subiu muito e a arrecadação dos municípios não aumentou, pelo contrário, em alguns meses não arrecadamos nem o valor absoluto do que arrecadamos no ano passado. Hoje temos, no mínimo, um déficit orçamentário de 9%.

Diante dessa situação, o que o Sr. pode fazer?
Corte. Não tem outro jeito. Tem que cortar, é como no orçamento de uma casa. Não existe fórmula mágica, temos que cortar as nossas despesas. Estamos fazendo de tudo para diminuir os custos da máquina pública, mas mesmo assim é uma situação muito complicada.

E as obras?
As obras que estão sendo tocadas com o orçamento próprio nós tivemos que diminuir, não tem jeito. Não vamos parar, mas tivemos que diminuir o andamento de algumas obras, mas mesmo assim temos honrado nossos compromissos. Mesmo em um momento de crise estamos construindo escolas, creches, unidades de saúde. Retomamos a canalização do córrego Poá, enfim, a cidade não parou.

Todas as obras sofreram essa diminuição de ritmo?
Não, nem todas. Para você ter uma ideia, temos em andamento a Arena Multiuso, que será um equipamento espetacular para o futuro da cidade. Teremos um local adequado para a realização dos nossos eventos, além de ser um polo desencadeador de desenvolvimento da região do Saporito, Jd. Record e do Trianon. A arena vai trazer desenvolvimento para toda a região. Eu sempre acreditei nisso, acho que precisamos ter um grande investimento no social, mas sem uma visão desenvolvimentista para a cidade não tem como investir no social.

Sabemos que nos últimos anos algumas grandes empresas deixaram a cidade, como a Niasi, que era uma grande arrecadadora de impostos. O que está sendo feito pela administração nesse sentido?
Realmente a Niasi era uma arrecadação forte, deixou nossa cidade antes de eu assumir a prefeitura e não tinha mais do que fazer nesse sentido. Mas estamos buscando trazer outras empresas que tenham o mesmo perfil econômico da nossa cidade, como é o caso da Itaipava, que montou um centro de distribuição aqui, o Assai Atacadista e outras que podem chegar. Mas essas firmas que chegaram agora são arrecadadoras de ICMS, e esse imposto demora uns dois anos para impactar no nosso orçamento. Elas já estão arrecadando, mas para entrar no cálculo do repasse do ICMS demora uns dois anos. É uma injustiça com os municípios, mas só vamos ver uma melhora nesse sentido de arrecadação em 2016 ou 2017.

Essa crise não é um privilégio de Taboão da Serra. Isso muda os investimentos que estão sendo feitos pelo Governo do Estado?
É claro que temos que ter os pés do chão, não podemos ser injustos. Na quinta-feira passada estive no Palácio do Governo e no seu discurso o Alckmin disse que estava comemorando a queda na arrecadação deste mês que foi de R$ 300 milhões. Todo mundo achou que o Alckmin estava louco, mas ele explicou que no mês passado a queda foi de R$ 700 milhões. Então nós estamos comemorando a diminuição da queda de arrecadação, olha a que pontos chegamos. Isso, é claro, diminui a capacidade de investimento do Estado.

 

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