Garis mantêm greve,TRT marca audiência para esta terça-feira
Na manhã desta segunda-feira, dia 30, os trabalhadores da coleta de lixo e varrição de Taboão da Serra realizam um protesto, a categoria, que está em greve há oito dias, exige reajuste de 11,73% sobre os salários e benefícios. A Cavo Serviços e Saneamento S/A ofereceu 7,68%. A proposta foi rejeitada pelos trabalhadores. O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) chamou o sindicato para uma audiência nesta terça-feira, dia 31, às 14h.
O presidente do Siemaco (Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio em Conservação e Limpeza Urbana) de TRT marca audiência entre garis grevistas e
Taboão, Cotia e região, que representa os trabalhadores da coleta e varrição, Donizete França, acredita que o protesto desta manhã foi importante.
“Com a manifestação nós conseguimos dar um recado bom às autoridades, não só nós aqui de Taboão, mas também o pessoal do ABC. O TRT nos chamou amanhã às 14h. Não sabemos se para uma audiência ou julgamento [da greve]. Mas estamos na luta por 11,73%”, declarou França.
Durante o final de semana a Prefeitura juntamente com os 70% dos funcionários que por determinação judicial devem trabalhar, realizaram a coleta em alguns bairros. “A Defesa Civil e a Secretaria de Manutenção foram para as ruas recolher o lixo junto com 70% da frota da empresa [Cavo]. Ou seja, a empresa está trabalhando com os 70%, depois de a prefeitura cobrar deles que cumprissem o discriminado no contrato”, informou a prefeitura de Taboão da Serra.
O Siemaco não aprova a atitude do prefeito Fernando Fernandes de colocar funcionários públicos para fazer a coleta do lixo. “Não vamos impedir as caçambas de sair às ruas, mas lamentamos essa atitude, os funcionários da prefeitura não estão preparados, eles não foram treinados para esse serviço e podem até contrair doenças infecciosas e levar para suas famílias. Esperamos que isso não ocorra”, lamenta França.
Apesar da ação emergencial da Prefeitura e de 70% da frota estarem nas ruas recolhendo os lixos, em muitos bairros a situação é crítica, como no Jd. Três Irmãos, Jd. Intercap, Pq. Monte Alegre, Jd. Roberto, Jd. Santa Cruz entre outros. “O cheiro aqui está insuportável, muito lixo, ratos, baratas e moscas. O lixo está na rua porque não temos como mantê-los por uma semana dentro de casa”, desabafou dona Maria Cirlene, moradora da Jd. Intercap.
Sobre as negociações a Cavo informa que “vêm sendo conduzidas pelos sindicatos patronal (Selur) e dos trabalhadores (Siemaco)”, a companhia volta a afirmar que o sindicato está desrespeitando a liminar que garante operação com efetivo mínimo de 70% dos trabalhadores de coleta domiciliar e varrição.
“A empresa, através do Selur, vem se mantendo aberta às negociações, mas como não houve acordo na última audiência de conciliação, quando a proposta de reajuste foi elevada para 7,68% sobre os salários e benefícios, equivalente à inflação, a empresa aguarda o julgamento do processo pelo Tribunal Regional do Trabalho para que a situação seja solucionada o mais breve. A companhia destaca que o Siemaco está desrespeitando a liminar obtida pelo Selur que garante operação com efetivo mínimo de 70% dos trabalhadores de coleta domiciliar e varrição, o que vem prejudicando a população de Taboão”, informou.