Sem acordo, greve dos garis em Taboão entra no quinto dia
Sem acordo, a greve dos trabalhadores da coleta de lixo e varrição de Taboão da Serra entra, nesta sexta-feira, dia 27, no quinto dia, e a cidade já acumula toneladas de lixo. Para tentar amenizar a situação e diminuir a quantidade de lixo que se acumula pelas ruas da cidade, a Prefeitura de Taboão da Serra iniciou um plano emergencial através da Secretaria de Manutenção.
A Prefeitura está realizando a coleta de lixo nas principais vias do município, “a coleta começou nas principais vias do município e agora entra nos bairros com grande quantidade de lixo”. Ainda de acordo com a Prefeitura, “todo o lixo está sendo levado para o aterro sanitário de Caieiras”.
Segundo o presidente do Siemaco (Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio em Conservação e Limpeza Urbana) de Taboão, Cotia e região, que representa os trabalhadores da coleta e varrição, Donizete França, nesta quinta-feira, dia 26, foi liberado um caminhão para o recolhimento do lixo hospitalar.
“A gente procura atender [a determinação], hoje foi liberado o caminhão para o recolhimento do lixo hospitalar. O sindicato não está fazendo nada contra as caçambas contratadas pelo prefeito para recolher o lixo, e nem vai fazer. Só gostaríamos que dessem valor aos nossos trabalhadores, a proposta dos patrões é lamentável”, declarou França.
Em greve desde a última segunda-feira, dia 23, a categoria exige reajuste de 11,73% sobre os salários e benefícios. A Cavo Serviços e Saneamento S/A, ofereceu 6,5% depois fez uma nova proposta passando para 7,68%. As duas propostas foram rejeitadas pelos trabalhadores e a greve entra hoje no quinto dia.
“Ontem os patrões perguntaram se aceitávamos a proposta de 8%, isso é um absurdo. Nem levamos para os trabalhadores, eles [os patrões] nem se quer consideram a sugestão do TRT que foi de 9,5%. A greve continua e a justiça vai decidir”, disse o presidente do Siemaco.
A Cavo informou que aguarda o julgamento do processo, uma vez que não houve acordo entre as partes. “A Cavo reitera que as negociações coletivas referentes aos empregados de limpeza urbana vêm sendo conduzidas pelos sindicatos patronal (Selur) e dos trabalhadores (Siemaco). Como não houve acordo na última audiência de conciliação, quando a categoria patronal elevou a proposta de reajuste para 7,68% sobre os salários e benefícios, equivalente à inflação, a empresa aguarda o julgamento do processo pelo Tribunal Regional do Trabalho para que a situação seja solucionada”.
Ainda de acordo com a Cavo “o Siemaco continua desrespeitando a liminar obtida pelo Selur”, que determina a operação de 70% da frota na coleta de resíduos domiciliares, 100% na área da saúde, abrangendo hospitais e clínicas, e o funcionamento pleno dos aterros sanitários.
“A representação sindical dos trabalhadores está ignorando a liminar, que estabelece multa diária de R$ 100 mil reais em caso de descumprimento. O desrespeito a uma decisão da justiça dificulta qualquer possibilidade de negociações e contribui para a continuidade da greve”, declarou o Selur.