Laurita Ortega Mari: uma mulher a frente do seu tempo
Taboão da Serra em seus primeiros anos como cidade emancipada tinha mulheres exerciam forte liderança na cidade. Uma delas chegou a se tornar a primeira mulher eleita prefeita desde o final da Ditadura de Vargas.
Laura Ortega Mari, Laurita como ficou conhecida, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 1908. Em 1934 casou-se com Francisco Ettore Pedro Mari indo residirem no Jardim Europa, bairro da alta sociedade paulistana. Dificuldades financeiras obrigaram o casal a mudar-se no início dos anos 40 para uma chácara na então Vila Poá onde fundaram o Matadouro Avícola.
Devida a sua boa formação e contatos com a alta sociedade era grande aliada política de Adhemar de Barros. Candidatou-se em 1959 à prefeitura de Taboão da Serra perdendo para Nicola Viviléchio. Derrota esta que não a abateu, pois buscou ficar conhecida, indo de casa em casa nas eleições de 1959, o foi determinante mais tarde em 1964 ao eleger-se como Prefeita, governando até 1968.
Em seu mandato, no qual doava os seus vencimentos referentes ao cargo, fez obras de melhorias na atual Estrada Kizaemon Takeuti, lançou programas de assistência à população (tem-se registrado que no transporte de enfermos para hospitais na Capital utilizavam-se os veículos de sua Granja dada a precaridade e parcos recursos da cidade), cursos de alfabetização de adultos, construiu o Cemitério da Saudade, onde em uma visita às obras estava usando calças, traje inusitado para uma mulher na época.
Juntamente com a então primeira dama do Estado, Dona Leonor Mendes de Barros, chegou a lançar a pedra fundamental da Maternidade Municipal no terreno onde hoje está o Shopping Taboão (projeto não realizado pelas administrações posteriores).
Antes de sua eleição trouxe como cidadã conquistas para a nascente cidade, como o primeiro semáforo, a instalação do Ginásio Estadual junto ao grupo Escolar do Maria Rosa (até 1963 a cidade oferecia somente o ensino até a 4 série primária). Organizava campanhas de arrecadação de donativos envolvendo a juventude taboanense, para instituições beneficientes como o Asas Brancas.
Elegeu-se vereadora em 1969, sendo a mais votada. Tentou uma volta à prefeitura em 1976, tendo a maioria dos votos, provando que ainda gozava de grande prestígio, mas devido às regras eleitorais da época, que permitia mais de um candidato por partido, assumiu Armando Andrade devido seu partido ter obtido mais votos do que o de Laurita. Faleceu em 20 de outubro de 1977, estando sepultada juntamente com seu marido, falecido em 1973, no Cemitério da Saudade.
Homenagens póstumas foram feitas a antiga Prefeita. Uma avenida que corta todo o Parque Pinheiros, além de ser a patrona de uma Escola Estadual no Pirajuçara. Uma comenda que leva com seu nome é hoje entregue a pessoas de relevância para a cidade.
Sua antiga chácara, reduto de reuniões políticas, foi vendida no final dos anos 70, dando espaço a dois Condomínios (um deles leva seu nome), ao Hospital Family, ao atual leito dos Rios Pirajussara e Poá.
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Laurita Ortega Mari: uma mulher a frente do seu tempo
Taboão da Serra em seus primeiros anos como cidade emancipada tinha mulheres que exerciam forte liderança na cidade. Uma delas chegou a se tornar a primeira mulher eleita prefeita desde o final da Ditadura de Vargas.
Leia também: A primeira prefeita depois da redemocratização do Brasil
Laura Ortega Mari, Laurita como ficou conhecida, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 1908. Em 1934 casou-se com Francisco Ettore Pedro Mari indo residirem no Jardim Europa, bairro da alta sociedade paulistana. Dificuldades financeiras obrigaram o casal a mudar-se no início dos anos 40 para uma chácara na então Vila Poá onde fundaram o Matadouro Avícola.
Devida a sua boa formação e contatos com a alta sociedade era grande aliada política de Adhemar de Barros. Candidatou-se em 1959 à prefeitura de Taboão da Serra perdendo para Nicola Viviléchio. Derrota esta que não a abateu, pois buscou ficar conhecida, indo de casa em casa nas eleições de 1959, o foi determinante mais tarde em 1964 ao eleger-se como Prefeita, governando até 1968.
Arquivo da EE Laurita Ortega Mari
1967: A Prefeita Laurita na colação de grau dos primeiros alunos do Ginásio Estadual de Taboão da Serra
Em seu mandato, no qual doava os seus vencimentos referentes ao cargo, fez obras de melhorias na atual Estrada Kizaemon Takeuti, lançou programas de assistência à população (tem-se registrado que no transporte de enfermos para hospitais na Capital utilizavam-se os veículos de sua Granja dada a precaridade e parcos recursos da cidade), cursos de alfabetização de adultos, construiu o Cemitério da Saudade, onde em uma visita às obras estava usando calças, traje inusitado para uma mulher na época.
Juntamente com a então primeira dama do Estado, Dona Leonor Mendes de Barros, chegou a lançar a pedra fundamental da Maternidade Municipal no terreno onde hoje está o Shopping Taboão (projeto não realizado pelas administrações posteriores).
Antes de sua eleição trouxe como cidadã conquistas para a nascente cidade, como o primeiro semáforo, a instalação do Ginásio Estadual junto ao grupo Escolar do Maria Rosa (até 1963 a cidade oferecia somente o ensino até a 4 série primária). Organizava campanhas de arrecadação de donativos envolvendo a juventude taboanense, para instituições beneficientes como o Asas Brancas.
Elegeu-se vereadora em 1969, sendo a mais votada. Tentou uma volta à prefeitura em 1976, tendo a maioria dos votos, provando que ainda gozava de grande prestígio, mas devido às regras eleitorais da época, que permitia mais de um candidato por partido, assumiu Armando Andrade devido seu partido ter obtido mais votos do que o de Laurita. Faleceu em 20 de outubro de 1977, estando sepultada juntamente com seu marido, falecido em 1973, no Cemitério da Saudade.
Homenagens póstumas foram feitas a antiga Prefeita. Uma avenida que corta todo o Parque Pinheiros, além de ser a patrona de uma Escola Estadual no Pirajuçara. Uma comenda que leva com seu nome é hoje entregue a pessoas de relevância para a cidade.
Sua antiga chácara, reduto de reuniões políticas, foi vendida no final dos anos 70, dando espaço a dois Condomínios (um deles leva seu nome), ao Hospital Family, ao atual leito dos Rios Pirajuçara e Poá.