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Justiça ouve testemunhas do caso da fraude do IPTU, nova audiência será em janeiro de 2014

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Redação

31/10/2013 00:00
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A Justiça de Taboão da Serra ouviu, nesta quinta-feira, dia 31, novas testemunhas de defesa no julgamento dos 26 envolvidos na fraude do IPTU. O juiz Guilherme Alves Lamas marcou uma nova audiência para 21 de janeiro de 2014, onde serão ouvidas as testemunhas que não receberam a notificação, entre elas estão o ex-prefeto Evilásio Farias e o ex-vereador Paulo Félix. No próximo dia 2 de dezembro, a perícia técnica irá até a empresa Conam, empresa que fornece o sistema que gerencia a dívida ativa da prefeitura.
 
Uma das testemunhas ouvidas foi o investigador da Policial Civil Wilson José Rodrigues, em algumas perguntas dirigidas a ele, a resposta foi “não me recordo”, principalmente quando foi questionado sobre quais documentos foram recolhidos na prefeitura durante o período de investigação e quais policiais participaram da operação. “Não sei quem estava no dia, mas com certeza havia mais policiais”, disse. 

Foto: Arquivo Rose Santana

Novas testemunhas de defesa foram ouvidas pela justiça
 

Outra questão levantada por alguns advogados de defesa foi em relação ao interesse o então investigador Ivan Jerônimo, morto em 2012, em concorrer às eleições para prefeito na cidade, por isso, segundo alguns defensores, a investigação “era de interesse político”. 

“O senhor sabia disso?”, questionaram. Rodrigues respondeu que viu a notícia em “site da cidade”.
 

No geral os depoimentos seguiram basicamente a mesma linha, as testemunhas afirmaram conhecer os réus a quem estavam defendendo, falaram da boa índole de todos e que nunca ouviram ou souberam de nada a respeito do esquema da fraude ou de qualquer outra coisa que desabone cada um deles.
 
Entenda o caso
No dia 3 de maio de 2011 Taboão da Serra viveu o maior escândalo político da história. O esquema fraudulento de baixas na dívida ativa do município foi descoberto pela Polícia Civil e resultou na prisão de 26 pessoas, entre eles quatro vereadores, três secretários municipais, funcionários e ex-funcionários da prefeitura. Devido ao escândalo a cidade foi destaque negativo em todo o país. O caso ainda esta em julgamento, eles são acusados de desviram cerca de R$ 10 milhões dos cofres públicos.
 
O esquema que fraudava os cofres públicos começou a ser descoberto no dia 18 de março, com a prisão em flagrante do então funcionário público Márcio Carra. Ele baixava indevidamente impostos que estavam na dívida ativa em troca de propina. A investigação da Polícia Civil levou a descoberta de uma quadrilha que operava o esquema.
 
No dia 3 de maio, numa cena cinematográfica, policias civis da Seccional de Taboão da Serra foram até a Câmara Municipal e prenderam três vereadores. Outras oito pessoas foram presas nos dias seguintes. Um mês depois mais 15 pessoas foram presas, incluindo mais um vereador e três secretários municipais.
 
Alguns dos acusados ficaram presos por cerca de 90 dias, quando o Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu Habeas Corpus aos envolvidos mediante pagamento de fiança no valor de R$ 27 mil. 
 
Em agosto de 2011 teve inicio o julgamento, apenas as testemunhas de acusação foram ouvidas nessa primeira parte. Em janeiro de 2012 as audiências foram suspensas. A justiça atendeu a um pedido dos advogados do ex-secretário de Governo, Luiz Antonio de Lima, sob a alegação de suposta falta de documentos nos auto.
A Câmara Municipal instaurou uma Comissão Especial de Inquérito (CEI), após várias oitivas o relatório final foi arquivado, sem ser votado pela comissão.  
 
Morte
Durante a operação Cleptocracia, a Polícia Civil divulgou diversos relatórios de investigações paralelas que foram desencadeadas após a apreensão de documentos na prefeitura e na casa dos acusados. O principal nome das investigações era o policial Ivan Jerônimo.
Uma reviravolta aconteceu no dia 8 de março de 2012, quando o policial acabou cometendo suicídio, com um tiro no peito, em um banheiro de um café, na Cidade Jardim, em São Paulo. Ivan era considerado peça-chave no julgamento dos acusados, com sua morte a acusação perdeu a principal testemunha.
 

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