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Cadeirante aprova transporte público de Taboão da Serra
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Todos aqueles que dependem do transporte público já passaram por alguma dificuldade, seja o ônibus muito cheio, atraso ou então veículo que quebra no meio da viagem. Rogério Robson da Silva, de 39 anos, passa constantemente por problemas relacionados aos coletivos, mas no seu caso a situação é mais complicada. Rogério é cadeirante, há seis anos, e se queixa das diversas situações desagradáveis que passou. A Gazeta SP foi às ruas de Taboão da Serra com Rogério para testar a qualidade do serviço prestado nos coletivos para o transporte de cadeirantes no município.
Fotos: Thiago Neme
Durante a reportagem, todos os ônibus pararam quando Rogério deu o sinal
A equipe de reportagem foi com o cadeirante até um ponto de ônibus do Pq. Pinheiros e todos os sinais que Rogério deu para os ônibus foram obedecidos e os elevadores (que erguem a cadeira de rodas até o interior do veículo) funcionaram adequadamente, mas Rogério diz que não é sempre assim. “Desde que passei a precisar da cadeira de rodas, eu tenho problemas com os ônibus. É comum o cobrador colocar a cabeça para fora do veículo e falar que o elevador está quebrado e seguir viagem”, explica Rogério.
Segurança
Quando o problema para entrar no ônibus é resolvido, pode surgir outro, quando a única vaga de cadeirante do coletivo já está ocupada. Um dos coletivos parado por Rogério, durante a entrevista, já tinha um passageiro cadeirante e não permitiu que ele entrasse no veículo, por questão de segurança.
“É só um cinto de segurança, então se forem dois cadeirantes no mesmo ônibus, um vai seguro, o outro tem que contar com a sorte”. Rogério diz que alguns motoristas já avisam que tem um cadeirante no ônibus.
Discriminação
Além de todas as dificuldades, ele ainda é obrigado a aguentar a discriminação de passageiros. “Uma vez eu estava embarcando no ônibus e uma mulher começou a reclamar, dizendo que estava atrasada e eu estava atrasando mais ainda a viagem”.
Ele não deixa o “problema quieto”, Rogério sempre acionou a Polícia Militar quando algum fato se torna discriminação. “Uma vez eu estava dentro do ônibus e escutei o cobrador e o motorista comentarem que eu sou conhecido pelos funcionários da empresa como o Cadeirante do Inocop e que já estou “manjado” nesta linha”.
Diversos boletins de ocorrência foram feitos por ele. O último caso aconteceu em agosto, quando um cobrador o insultou após ele ter reclamado que o elevador do ônibus não estava funcionando. “Ele mandou eu ‘me ferrar’ e voltou para o ônibus, sem me dar assistência”, comenta.
A equipe de reportagem tentou entrar em contato diversas vezes com a empresa responsável pelos ônibus na região, a viação Pirajuçara, mas não conseguiu contato.