São Paulo reduz tarifa após pressão popular
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Foi anunciada no início da noite desta quarta-feira (19) que a tarifa de ônibus e trêns do Metrô e da CPTM serão reduzidas, voltando a custar R$ 3. O Prefeito e o Governador de São Paulo anunciaram a decisão em uma coltetiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes. A partir de segunda-feira, dia 24, a população passará a pagar os R$ 3.
Diversas manifestações foram feitas após o anúncio do aumento de R$ 0,20, que aconteceram nas principais cidades do país e até mesmo no exterior. O último manifesto, que aconteceu na última terça-feira, dia 18, foi marcado pela violência. Lojas foram saqueadas e o prédio da Prefeitura foi pichado e teve algumas portas quebradas. As pessoas que participaram dos atos violentos foram contidas por outro grupo de manifestantes.
Em uma coletiva de imprensa concedida na tarde de hoje, o prefeito Fernando Haddad criticou a ação de alguns manifestantes "Infelizmente o debate tem sido interditado por grupos que não confiam na democracia. São criminosos os que estão agindo nas ruas".
Veja na íntegra os discursos de Alckmin e Haddad
Geraldo Alckmin
Duas palavras aqui. Primeiro, nossa total prioridade ao transporte coletivo, de qualidade. Estimular o transporte coletivo que a população precisa e deseja. A segunda é o compromisso com a cidade. Nós queremos tranqüilidade na cidade, que a cidade funcione, para que os temas legitimamente levantados nas manifestações possam ser debatidos com tranqüilidade. Então, quero dizer aqui que no caso do metrô e do tem, nós vamos revogar o reajuste, voltando a tarifa original de R$ 3. Sacrifício grande.
Vamos ter que cortar investimentos, porque as empresas não suportar e não tem como arcar com essa diferença. Então, o tesouro paulista, o orçamento do Estado, vamos arcar com os custos, fazendo um ajuste na área de investimento, apertando o cinto, mas entendo que é importante para o transporte coletivo, que é prioridade, de alta capacidade e qualidade e de outro lado para a cidade para a gente poder ter tranqüilidade e debater temas legitimamente colocados
Fernando Haddad
Da mesma forma, a Prefeitura de São Paulo vem mantendo contato não só com o Governo do Estado, mas também com outros prefeitos de capitais, particularmente o Rio de Janeiro, que viveu este ano uma experiência muito parecida com a de São Paulo. Ou seja, o Rio de Janeiro também adiou o anúncio do reajuste para junho e quando fez o cálculo, já fez o cálculo com a desoneração do PIS/Cofins, razão pela qual houve essa pequena confusão de cidades que tinham aumentado em janeiro e estavam baixando e de São Paulo e Rio de Janeiro que, pegos no contrapé, apareceram como cidades que estavam aumentando no momento em que uma medida provisória desonerava o transporte público.
Isso foi ruim para o debate público porque sinalizou equivocadamente que as desonerações não estavam sendo contempladas e já estavam sendo contempladas, razão pela qual o reajuste foi muito abaixo da inflação acumulada desde 2011. Mas, ainda assim, a proveito do diálogo com a cidade, eu reuni o Conselho da Cidade nesta semana, ouvi todos os conselheiros, conforme eu havia dito, eu não constitui um Conselho da Cidade para não ouvir em um momento delicado e também, para que o diálogo se restabeleça na cidade de São Paulo.
Precisamos abrir a discussão sobre as consequências dessa decisão que foi tomada para hoje a para o futuro, porque conforme o governador disse, não há como fazê-lo sem as dispensas do investimento. O investimento acaba sendo comprometido. Então, esse debate vai ser feito agora com a sociedade, as implicações dessa medida. É um gesto de aproximação, é um gesto de abertura do entendimento de manutenção do espírito de democracia, de convívio pacífico, que nós continuaremos a fazer com a cidade, agora, com mais responsabilidade, porque temos que explicar as conseqüências desse gesto para o futuro de nossa cidade. Estaremos em diálogo permanente com a população de São Paulo nas subprefeituras para que o orçamento da cidade seja repensado a luz dessa nova realidade