Vereadores pedem rescisão do contrato com a Iacta Saúde
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A longa e interminável sessão da Câmara Municipal, que aconteceu nesta terça-feira, dia 26, teve como principal tema da discussão a rescisão do contrato entre a prefeitura de Taboão da Serra e a Organização Social Iacta Saúde, responsável pelo gerenciamento do Pronto Socorro da Antena. Todos os vereadores pediram o fim do contrato que custa cerca de R$ 34 milhões por ano ao município.
Os vereadores Marcos Paulo e Cido apresentaram requerimentos pedindo a rescisão imediata do contrato com a empresa. As propostas foram aprovadas por unanimidade. A discussão ganhou amplitude, os vereadores relataram denúncias feitas por moradores nos últimos dias e disseram que vão investigar o número de mortes ocorridas no PS da Antena.
Foto: Rose Santana
Debate sobre a questão da saúde na cidade se estendeu até às 2h50
“Queremos saber quantos pacientes morreram nos últimos seis meses, quando o caos se instalou no Pronto Socorro. Acredito que esse é o primeiro passo para saber se há negligência da empresa, se ela está colocando menos médicos, insumos e equipamentos. Queremos ver se o contrato de prestação de serviço está sendo cumprido”, disse o vereador Marcos Paulo.
O presidente da Câmara Municipal, Eduardo Nóbrega, frisou que a Iacta saúde é um problema que vem se arrastando desde a administração do ex-prefeito Evilásio Farias. “A empresa passou um ano no Antena e o atendimento não melhorou e não foi feito nada. Pior ainda, o contrato foi renovado por mais um ano, antes do Evilásio deixar o cargo. Temos que exigir o fim desse contrato imediatamente”, disse.
Para o vereador Luis Lune, a situação chegou a um ponto que não tem volta. Segundo ele, um paciente não pode ser removido por falta de uma maca e uma cadeira de rodas. “Precisamos humilhar a Iacta. É vergonhoso o que está acontecendo. Eu faço questão, vou doar uma cadeira de rodas para a Iacta atender os pacientes. Será que precisamos chegar a esse ponto?”, questionou.
De acordo com o vereador marco Porta, informações oficiais da prefeitura mostram que o custo com a Iacta saúde pode chegar a R$ 3 milhões por mês, além de outro contrato com a empresa Fonseca Amorim, do mesmo grupo, que contrata médicos para o PS Akira Tada e recebe R$ 800 mil por mês.
“A nova administração fez um levantamento, uma medição, e ficou comprovado que a empresa gasta no máximo, algo em torno de R$ 1,5 e R$ 1,8 milhão de reais por mês. Isso é um dado que precisamos investigar, a Iacta é uma entidade sem fins lucrativos, queremos saber para onde está indo essa diferença”.
O vereador Onishi também questionou o contrato com a Iacta e disse que os moradores não podem pagar por uma má gestão da Organização de Saúde. “Temos que tomar medidas urgente, se a Iacta está com problema de gestão é hora de uma intervenção, as pessoas estão morrendo. A empresa apresenta problemas e quem paga é a população?”.
Em pauta
Na semana passada, o Prefeito Fernando Fernandes disse ao Portal O Taboanense que não é contra a terceirização na saúde, mas acredita que o serviço deve ser realizado por empresas responsáveis. Fernandes comunicou que irá conversar com a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) da Escola Paulista de Medicina, que já faz a gerencia do Ambulatório Médico de Especialidade (AME) e do Hospital Geral de Pirajuçara (HGP).
“Temos um plano de mudar, não sou contra a terceirização, mas acho que deve ser feita por Organizações Sociais (Ong) de maior responsabilidade. Estou lutando para tentar trazer para nosso atendimento de gerencia a SPDM, que eu acho que a gente vai fazer um sistema de referência muito interessante, pode ser até um exemplo para o estado. E vai melhorar, consideravelmente, a saúde do nosso município em termos de urgência”, falou.
Os valores pagos para as OS que irão cuidar da saúde da cidade devem ser reduzidos. “Vamos conseguir diminuir os valores pagos, porque os valores pagos para a Iacta, até então, são muito altos”, garantiu.