Justiça apreende Jornal Popular por crime eleitoral
• Siga o Portal O Taboanense no Twitter e no Facebook
———————————————
A primeira polêmica da campanha tomou forma neste fim de semana. Todos os exemplares do Jornal Popular foram impedidos de circular na cidade por decisão da Justiça. O veículo de informação é acusado de cometer crime eleitoral contra o candidato a prefeito Fernando Fernandes (PSDB). A juíza Carolina Conti Reed, do fórum de Taboão da Serra, determinou a apreensão de todos exemplares, segundo informou o blog Bar & Lanches Taboão, do jornalista David da Silva.
O Jornal Popular circularia no último sábado, dia 4 de agosto, com a manchete que o candidato à prefeitura Fernando Fernandes (PSDB), seria, de acordo com o periódico, “ficha suja” e que poderia ter sua candidatura negada pela Justiça Eleitoral. De acordo com o jornalista David da Silva, “a juíza afirmou que a matéria de capa veiculada na edição ‘não corresponde à verdade’”.
Foto: Reprodução
Jornal Popular foi apreendido pela justiça após denúncias não comprovadas
A juíza escreveu em sua decisão que o jornal teve sua distribuição proibida, pois “uma vez denegrida a imagem de alguém, fica muito difícil reparar tal mácula”. O plano seria distribuir 100 mil exemplares do jornal, de porta em porta, na madrugada de sábado para o domingo, segundo informou o jornalista David da Silva.
O mandado de busca e apreensão foi cumprido em uma gráfica no município de Osasco. No local, foram encontrados sete pacotes do Jornal Popular, com cerca de 200 exemplares cada um. Na impressora, ainda havia vestígios do material impresso. Todos os volumes encontrados estão retidos na Justiça Eleitoral. O Ministério Público vai fazer a apuração dos envolvidos no crime.
Informações publicadas pelo site “Bar & Lanches Taboão”, apontam que o pagamento e a ordem para impressão do material foi dada pela empresária Samara Aprígio, filha de Aprígio, adversário de Fernandes na disputa pela prefeitura de Taboão da Serra. O proprietário do jornal seria Joílson Guespires, assessor de imprensa da campanha de Aprígio e ex-diretor de cultura do governo Evilásio Farias.
A equipe de reportagem do O Taboanense entrou em contato com Irineu Casemiro, coordenador de campanha do Partido Socialista Brasileiro, que desmentiu qualquer envolvimento de Samara e de pessoas ligadas a campanha eleitoral do Aprígio ao caso. “Isso é coisa do Joílson, que não trabalha mais com a gente. Todos nós, que estamos trabalhando na campanha, somos contra essa história”.
Questionado sobre qual interesse Joílson teria em, supostamente, custear todas as publicações do Jornal Popular, atacando o candidato do PSDB, Irineu disse que apenas o próprio assessor poderia responder a questão, já que ele não faz parte da campanha do PSB.
“Entramos em um acordo, durante reunião nesta manhã (6), e o Joílson não trabalha mais com a gente, pois somos contra esses tipos de ataques políticos, durante as eleições. Pelo que vi, não foi pago o valor das impressões dos jornais e que, agora, a gráfica está atrás do dinheiro. A gente sempre paga tudo com antecipação. Nunca realizamos pagamentos no momento ou após algum pedido, por isso mesmo que as impressões desses jornais não poderiam ter sido algo nosso”, afirmou por telefone Irineu Casemiro.
A reportagem do O Taboanense tentou entrar em contato com Samara Aprígio, que pediu para retornar a ligação em, no máximo, uma hora, alegando estar em reunião até 20h desta segunda-feira. Após inúmeras tentativas de ligações, a empresária, enfim, atendeu ao telefonema às 22h30. Após ser perguntada sobre a acusação de que teria efetuado o pedido e pagamento das 100 mil cópias do Jornal Popular, da edição do último final de semana, Samara desligou a ligação. Joílson Guespires não foi localizado pela nossa reportagem.