Laudo provoca reviravolta na investigação da morte do investigador Ivan Jerônimo
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O laudo necroscópico enviado na semana passada para o 34º DP, pela Polícia Científica, provocou uma reviravolta na investigação da morte do investigador-chefe da Polícia Civil de Taboão da Serra, Ivan Jerônimo. Segundo os peritos, o tiro que matou o policial foi disparado de longa distância, o que afasta a hipótese de tiro à queima-roupa e também de suicídio.
No dia 8 de março deste ano, o então chefe dos investigadores da Delegacia Seccional de Taboão da Serra teria cometido suicídio dentro de um banheiro da banca Varandas, na Cidade Jardim. Na época, foi divulgado que o policial sofria de depressão e havia se matado com um tiro no peito com sua pistola calibre .40.
Foto: Thiago Neme | Gazeta SP
Ivan Jerônimo durante depoimento na CEI que investigou o desvio de verbas da Dívida Ativa
Segundo a versão divulgada na época, e que consta no boletim de ocorrência, Ivan Jerônimo estava tomando um café com outros dois policiais e teria saído para ir ao banheiro. Ele teria cometido suicídio com um tiro à queima-roupa, na altura do peito. O vídeo de monitoramento do local foi analisado e, segundo a polícia, mostravam a hipótese dele ter mesmo cometido suicídio.
O laudo entregue pela perícia na semana passada aos investigadores do 34º DP, onde a morte do policial foi registrada, indica que o tiro foi dado de uma distância maior do que a sugerida na época, o que afastaria a possibilidade de suicídio. Existem outros dois laudos que ainda não ficaram prontos e que podem ajudar a elucidar o crime.
Um dia depois de o caso ter sido registrado como suicídio, a perícia apontou que dentro do banheiro foram dados dois disparos. U dos tiros acertou o peito do policial e outro, o rodapé do banheiro. Na época, a polícia não soube precisar se o primeiro tiro teria sido dado no chão ou se Ivan teria dado o tiro no peito e depois a arma caiu, disparando sozinha. A corregedoria da Polícia Civil também investigava o caso.
Na ocasião, a reportagem do Portal O Taboanense entrevistou o irmão de Ivan Jerônimo, o também policial Dr. Francisco. Segundo ele, a informação que foram dois disparos localizados pela perícia é verídica. Amigos próximos a Ivan disseram a nossa reportagem que o policial não teria deixado nenhum bilhete e que nunca deu sinais que poderia se suicidar.
Ivan Jerônimo foi o principal nome da operação Cleptocracia, que prendeu 26 pessoas acusadas de terem algum tipo de participação no esquema que fraudou milhões de reais dos cofres municipais, com baixas indevidas na Dívida Ativa. A gestão de Ivan Jerônimo na Seccional de Taboão da Serra também foi marcada pela prisão de policiais militares.
O corpo de Ivan Jerônimo foi cremado em Itapecerica da Serra com autorização da justiça.