Indústrias da região fecham 950 postos de trabalho em março
O nível de emprego industrial na Diretoria Regional do Ciesp em Cotia responsável pelo pólo industrial das cidades de Taboão da Serra, Embu das Artes, São Roque, Vargem Grande Paulista, Araçariguama, além de Cotia, apresentou resultado negativo em março. A variação ficou em -1,68%, o que significou uma perda de aproximadamente 950 postos de trabalho.
No ano, a região, segundo dados do Ciesp, tem um acumulado negativo de 1,96%, representando uma redução de aproximadamente 1.100 postos de trabalho. Nos últimos 12 meses, o acumulado é ainda maior, -3,75%, representando uma redução de aproximadamente 2.150 postos de trabalho.
O índice do nível de emprego industrial da Diretoria Regional do CIESP em Cotia foi influenciado pelas variações negativas dos setores de Máquinas e Equipamentos (-7,74%), Equipamentos de Informática, Produtos Eletrônicos e Óticos (-6,98%), Confecção de Artigos do Vestuário e Acessórios (-4,29%), que são os setores que mais influenciam o cálculo do índice total da região.
O resultado só não foi pior devido as variações positivas dos setores de Produtos Têxteis (0,93%) e Produtos Farmoquímicos e Farmacêutico (0,73%), que também influenciam o cálculo do índice. Quando comparados os meses de março nos anos 2011 e 2012, temos um cenário pior, pois em março/2011 o resultado foi praticamente estável em -0,01%.
Indústria paulista não gera empregos no primeiro trimestre do ano
Índice divulgado pela Fiesp/Ciesp aponta que em março foram eliminados 4,5 mil postos de trabalho. Este é o pior março desde 2006. Segundo Paulo Francini, diretor da Federação, a geração de empregos no ano “vai mal”.
Pressionado por baixas nos setores de Produtos Alimentícios e Produtos de Metal, exceto máquinas e equipamentos, o nível de emprego na indústria paulista no mês passado caiu 0,87% em comparação com fevereiro, descontando os efeitos sazonais. Este é o pior março desde o início da pesquisa em 2006, e o pior trimestre desde o início da série, excluindo o ano da crise em 2009.
Na leitura sem ajuste sazonal, a taxa de março ficou negativa em 1,36% comparada com o mês anterior, o que significa que 4.500 vagas foram fechadas em março. A Fiesp e o Ciesp divulgaram os números em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (12).
“A geração de empregos na indústria vai mal, a tendência no ano é se aproximar de zero, com perigo de ficar negativa”, afirmou Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisa e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp e do Ciesp.
Até março, a criação de empregos pela indústria de transformação no ano de 2012 foi zero, como aponta a Pesquisa de Nível de Emprego do Estado de São Paulo, algo considerado pelo diretor como “muito anormal.”
Apesar de o Índice Nacional de Atividade (INA) – pesquisa divulgada pela Fiesp e pelo Ciesp no mês passado – ter indicado o início da recuperação da indústria em fevereiro, a retomada da produção em 2012 será lenta e só deve acontecer a partir do final do primeiro semestre do ano, projetou Francini.
“Passamos por um ciclo pior e agora teremos um ciclo melhor, porém, fraco. Será uma retomada muito lenta e suave. Quanto ao emprego, não veremos crescimento agora porque a geração de vagas é a última coisa no processo de recuperação de atividade. Antes de recontratar, a empresa quer ter a convicção de que não está se enganando e o que está melhorando veio para ficar”, avaliou.
O diretor prevê, ainda, que este não será o ano em que a indústria de transformação conseguirá puxar o Produto Interno Bruto (PIB) para cima. “A nossa visão é um pouco distinta da do ministro [da Fazenda] Guido Mantega, que voltou a afirmar que a taxa de crescimento da economia em 2012 ficará em torno de 4%. A nossa projeção é de 3%. Torço para que o ministro Mantega esteja certo e tenha a visão de coisas que nós não conseguimos enxergar”.
Do total de vagas fechadas, 8.663 correspondem à indústria de transformação, o equivalente à queda de 0,35% em março. Já o setor sucroalcooleiro foi responsável pela criação de 4.163 postos de trabalho no mês, com variação positiva de 0,17.