Não basta o arroz com feijão. A agonia constante dos rios taboanenses
A citação acima foi feita por uma colega da Educação…. E com ela traço um paralelo com o nosso dia a dia. Nos tempos de olhar para o meio ambiente e para a melhoria da qualidade de nossa vida muitas ações vem sendo feitas. Uma delas é a de reaproveitamento de recursos. É inegável que a chamada consciência de preservar os recursos é necessária. Um dos recursos mais importantes é a água.
Desde os anos 80 a Grande São Paulo tem tido programas que visam a melhoria da saneabilidade dos rios que cortam a mancha da megalópole. O Programa do Tietê iniciado por entidades da sociedade civil se alastrou e apesar da demora de algumas ações vem sendo mostrado com um caminho a ser seguido. Mas precisa-se avançar mais.
Cidades como Guarulhos, não integrada a Sabesp, precisa mudar suas concepções e ter visão mais ampla sobre o assunto. Não pode ser mais admitido pela sociedade civil a descarga de todo o esgoto doméstico e industrial da cidade no Rio Cabuçu, afluente importante da bacia do Tietê.
Esta é uma ação macro importante. Porém ações locais precisam igualmente de atenção. A coleta de esgotos nas grandes cidades vem sendo ampliada porém em algumas, para não dizer em várias, existe ainda a descarga direto nos rios sem nenhum tratamento. Muito se fala das ocupações irregulares na beira dos córregos e mananciais e por consequente a vasão irregular para seus os leitos. Embu-Guaçu e São Bernardo do Campo são cidades constantemente citadas.
Porém é um erro achar que somente a periferia tem estes problemas. Em Taboão da Serra a parte mais antiga do Centro tem uma situação no mínimo curiosa para não dizer complacente. Diversas casas e até Edifícios Residenciais e comerciais não pagam a taxa de esgoto à Sabesp. Pagam somente o fornecimento de água. Alguns compreendem que isso é alguma benesse da estatal em virtude das constantes enchentes. Porém ao se verificar o motivo percebe-se ser uma verdadeira agressão ao meio ambiente com a anuência da Sabesp que capitaneia o projeto de despoluição do Tietê.
Estes imóveis simplesmente descartam o seu esgoto diretamente nos rios da região central taboanense. O Ribeirão Poá e o Rio Pirajuçara são dentro do centro da Cidade de Taboão da Serra alvo desta manobra que não impacta diretamente nos bolsos dos moradores locais mas que afetam todo um projeto de despoluição e que com certeza influencia nas cheias destes rios.
Recentemente a Prefeitura de Taboão da Serra fechou convênio com o Ministério das Cidades para a canalização do Ribeirão Poá. Atitude tardia, mas necessária, porém será inócua se não for tomada atitudes quanto a descarga de esgotos diretamente no leito do Ribeirão que somente amplia o volume justamente onde tem-se o estreitamento do Poá e com o acúmulo de desejos em na calha.
Ao perguntar diretamente à Administração de um Condomínio da região central há um mês sobre qual ação que seria tomada para se reverter a descarga direta de esgotos no Pirajuçara a resposta somente foi que seria averiguada a questão (que já é conhecida há anos pela Administração conforme falas anteriores).
Consciência é necessária para se melhorar a limpeza de nossas cidades. Não basta fazer a toillete nas nossas manhãs se o produto final vai rio abaixo…