Família e amigos protestam contra morte de jovem assassinado
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De mãos dadas, o circulo humano foi formado em meio à praça Luiz Gonzaga. A oração do Pai Nosso deu inicio a uma seqüência de lágrimas, que contagiou um a um os presentes. A comoção foi tomada pela emoção, o abraço de solidariedade à família foi completo, a força da amizade estava presente, o carinho abriu caminho para o afeto e tudo foi movido pela fé.
Essa foi a forma que a família do jovem Luan Franklim de Menezes Silva encontrou para protestar e homenagear o jovem que foi brutalmente assassinado na noite do último domingo em frente a uma casa noturna de Taboão da Serra. A polícia Civil investiga o caso, o que se sabe até agora é que o rapaz foi morto com um tiro na cabeça após uma confusão que aconteceu na balada.
Foto: Maikc Reis | O Taboanense
Protesto de familiares e amigos aconteceu no Pirajuçara
Franklim foi homenageado pela família e amigos no coração do Pirajuçara. Apesar da emoção que envolveu o ato, a indignação com o ocorrido é geral. A Irmã Luana, de 25 anos, fisioterapeuta, descreve o amor do irmão por carros. “Certo dia ele rebaixou tanto o carro que fomos à casa de uma tia, o carro estava batendo tanto no chão que tivemos que aumentar o volume do som para não ouvir o carro arrastando”, disse sorrindo em meio a lágrimas.
Os carros da equipe que o jovem tanto gostava “Quadradys” tomaram o local, o clima tenso e triste foi quebrado pelos familiares. Luana relembra a intensidade da juventude do irmão “Tudo para ele era intenso, gostava de tudo no máximo”. Luan sonhava em fazer engenharia elétrica, tinha como orgulho e referencia o pai, Sr. José Oliveira que é eletricista. Já a mãe, Sra. Raimunda, tinha a responsabilidade de cuidar, educar e sorrir das brincadeiras de Luan.
O Irmão Ruan, de 14 anos, muito parecido com o irmão, pouco fala sobre o assunto parece não acreditar na tragédia que aconteceu a sua família. Luan Franklim, não fumava, não bebia, não possuía qualquer vicio, gostava muito de ouvir sertanejo. O problema descoberto recentemente de Retina não o impedia de ensaiar alguns passos na frente do computador.
O jovem vitima de mais uma brutalidade estudou em três escolas durante toda sua vida, todas em Taboão da Serra: Francisco Ferreira Paes, Reinaldo Nascimento Falleiros e Neuza Demétrio. Trabalhava na empresa Cipolat, era auxiliar de almoxarifado e assim comprou seu primeiro carro, um Kadet, que financiado em 36 vezes não deu tempo de terminar de pagar.
No domingo, último dia de sua vida, jantou com a família brincou como sempre com os participantes da mesa, foi o último a terminar o jantar e ao sair, não deu tempo de se despedir de todos, apenas deixou a chave da moto do cunhado, correu para o carro dos amigos que o esperavam e disse “Mãe eu te amo”.