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Número a mais de vereadores desagrada moradores

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Redação

23/09/2011 00:00
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Por Nely Rossany, da Gazeta SP

Em meio à crise política por qual a cidade de Taboão da Serra passa, a polêmica sobre o aumento do número de cadeiras na Câmara Municipal já ganhou às ruas, mesmo sem o assunto ser discutido oficialmente pelos vereadores. De acordo com a Lei, municípios com população entre 160 mil e 300 mil habitantes podem ter até 21 vereadores. Para ter validade para 2012, o projeto deve ser votado e aprovado um ano antes das próximas eleições. A Gazeta entrevistou ontem, moradores da região Central sobre o tema e as opiniões estão divididas.

Para o taxista Walter José de Oliveira, em meio a tantos escândalos, nada justifica ter mais vereadores na cidade. “Acho isso um absurdo, colocar mais ladrões? Se fossem políticos que trabalhassem em prol da população eu até concordava, mas o que a gente vê é vereador preso e envolvido em crimes”, lamenta Walter, morador de Taboão da Serra há 45 anos.

Foto: Thiago Neme | Gazeta SP

Moradores se mostraram contra o aumento no número de cadeiras no Legislativo

A justificativa do PC do B, partido que protocolou documento com o pedido na Câmara, é de que algumas categorias não estão representadas no Legislativo e que a mudança não causaria impacto aos cofres públicos já que a porcentagem do repasse da Prefeitura continuaria o mesmo. “Além da maior representação, a abertura de mais duas ou três vagas ia permitir que mais parlamentares trabalhassem em prol da população”, explica Toninho, presidente do PC do B em Taboão.

Há quem concorde com Toninho. “Quanto maior o número de vereadores, maior a possibilidade do debate. O número de eleitores aumenta cada ano, então por que não aumentar também o número daqueles que nos representam?”, diz o ambulante Severino Manuel.

Discussão na Câmara

Enquanto isso, na Câmara o assunto ainda não foi colocado em pauta e em entrevista à Gazeta, o vereador Paulo Félix explicou que o pedido do Partido não tem validade legal para virar um Projeto de Lei. “O fato de eles terem pedido, não quer dizer que vá virar um projeto para ser colocado em voto”, diz.

Félix também se posicionou contra a medida e alega que o momento é não é apropriado para esse tipo de discussão. “Eu sou absolutamente contrário, porque a resposta à crise que a Casa vem passando não é o aumento do número de cadeiras, aliás, sou até a favor de diminuir o número para 11. A cidade tem 20 km² e se cada um cumprir com a sua responsabilidade, a cidade está bem representada”.

Paulo Félix é um dos vereadores mais antigos da Câmara e lembra que o plenário chegou a ter 19 cadeiras em 1988 e que o número foi diminuindo. “De 19, fomos para 15 e agora 13. A tradição da Casa é de cortar e não aumentar”.

O vereador Cido, que também é contra a proposta, aborda outro tema, a falta de estrutura. “A própria estrutura física não comporta, o número está suficiente para a cidade. A população espera qualidade e não quantidade” finaliza.   

 

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